Terça-feira, 30 de Setembro de 2008

{111} Datas

Ao navegar, um tanto ao acaso, na Net, daparasse-me este desenho. Achei imensa piada, porque na família se brincava com o facto de eu ter nascido no dia da única revolta popular armada do regime salarazista. Decretada pela CGT (tornada ilegal pela recente legislação sindical) a greve geral, esta só teve expressão nalguns locais do país. Mas na Marinha Grande houve um levantamento armado dos operários vidreiros e durante hores a vila esteve nas mãos dos insurectos.

Para o meu Pai deve ter sido um dia duplamente memorável. Depois de duas filhas, nasce-lhe o único filho varão (pelo qual, segundo contam. ele tanto ansiava) e dá-se um acontecimento daquela envergadura.

(Para quem quiser ter uma ideia breve do que foi a revolta da Marinha Grande. têm aqui mesmo à mão a Wikipédia.)

Talvez seja melhor acrescentar que o meu Pai foi na juventude um militante anarco-sindicalista (até escreveu n'"A Batalha"...) e esteve envolvido nas querelas entre anarquistas, comunistas, socialistas e autónomos pelo controlo da CGT.

Bastante mais tarde (já eu era um jovem) veio a ser preso pela PIDE (ainda mais tarde, seria a minha vez...).

Mas foi com ele que fiz a minha aprendizagem anti-fascista, ao ouvir as conversas dele com o nosso vizinho do lado, aos Domingos, na casa de campo, sobre o desenrolar da guerra. E a ele devo o nunca ter sido católico.

Chega de falar de mim. Vamos à imagem :

             

                                        

publicado por Transdisciplinar às 03:33
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Sexta-feira, 29 de Agosto de 2008

[98] Para WOLKENGEDANKEN e todos os interessados na matéria... (Dharma - 7)

Aviso à navegação : quem quiser seguir este "folhetim" terá que saltar entre este blog e o francês -- ver post [48] (mas como já veritiquei, pelo contador por países, que no meu blog francês tenho mais visitas de portugueses que de franceses, isso não deve constituir dificuldade de maior). E quem quiser seguir mesmo, terá também que ir ao blog de Wolkengedanken, o que será fácil recorrendo ao respectivo link na lista de links de blogs deste mesmo.

 

Indo à matéria.

Pelos vistos, o que começou por ser um percalço ( não conseguir escrever um comentário sem o apagar e, daí, escrever um post) tornou-se um modo. Pois que assim seja. O que começou como uma conversa a dois torna-se uma troca de impressões pública. Tudo bem !

 

Começando pelo livro : é esse mesmo. Até a capa tem o mesmo aspecto gráfico !

Quanto ao outro : trata-se de uma tradução do tibetano, mas a versão que eu tenho foi traduzida do americano. O título completo é : The Tibetan Book of the Dead ; the Great Liberation through Hearing in the Bardo.

Mas acho que o mais importante é mesmo aquele que tu tens.

 

Voltando ao tema filosofia versus religião, remeto-te de novo para o Lama Denys (post [21] do bl. fr.). No que me toca, foi fundamental a afirmação . "Não há credo, nem há dogma, nem há Deus". Ou seja , nada a ver com as três religiões do livro (ou reveladas). Mas tenho em conta a origem etimológica do termo : religare (que eu prefiro usar com traço de união : re-ligar). Neste momento, em que nem sequer nos conhecemos, o que é que me liga a ti : é o budismo (haverá outros aspectos de entendimento, comunicação de inconsciente a inconsciente, sei lá...). Mas o budismo é a nossa re-ligião/ligação.

 

O que é para mim : foi um encontro comigo mesmo. Foi o resultado, ou o termo, de uma "busca" que resultou de uma "crise" (tem que ser entre aspas, porque todos os termos são maus...). Quando "encontrei" o budismo (detesto os ismos, prefiro chamar-me búdico...) senti que toda a vida tinha sido búdico sem o saber ! E foi muito naturalmente que dei os passos seguintes (que creio que já te referi).

_________________________________________________________

Vou voltar ao teu post, para ver se deixei escapar alguma coisa, Até já...

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O intervalo foi maior do que o que pensava. Entretanto meteu-se ver o teu novo post e comentá-lo. E depois foi o jantar e um pouco de telejornal. E mais isto e aquilo... Com a diferença horária entre a Áustria e Portugal, se calhar já não lês isto hoje. O que me chateia porque fico em pulgas para ver a tua reacção...

 

Creio que me facilitou considerar-me búdico o nunca ter sido católico. O que náo é muito usual num país de tradição e predominância católicas. Mas foi uma das minhas heranças paternas (a outra foi a política, onde, com as devidas adaptações dos tempos, guardo as tradições paternas -- ambos fomos presos, etc.,etc.). De resto -- é engraçado -- a minha total ausência de sentimento religioso facilita-me as relações com os católicos , mais até do que com os ex-católicos, porque não tenho nenhum passado de que tenha que me libertar.

 

Voltando à tua questão básica : se me perguntares se o budismo é sobretudo uma religião ou uma filosofia, a minha resposta é : é sobretudo uma filosofia de vida, uma sabedoria (termo de que gosto muito).

 

E com isto creio ter respondido a todas as tuas questões. Rezo ao Senhor (valha-me Deus...) para que ainda leias isto hoie !

 

:))))))))))))))))))))   Zé-Carlos

 

sinto-me: Com o "dever" cumprido
publicado por Transdisciplinar às 23:43
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Domingo, 8 de Junho de 2008

[55] Ainda vagueando...

O meu computador só me dá chatices. Hoje, para variar, não me deixa escolher nem o tipo nem o tamanho das letras. Mesmo assim vou continuar. Sairá como calhar.

 

O "Ainda" do título tem um motivo. É que pensava retomar a série "Ainda sobre o Dharma...". Para isso gastei uma boa parte do dia a reler (é mais fácil, já estão anotados) e a ler novos textos búdicos, para escolher citações que fossem apropriadas. Mas é difícil. Li muita coisa que me interessou (ou já me tinha interessado), mas daí a ser adequado para citar aqui vai uma grande distância. Devo ter escolhido mal os livros. Talvez tenha que ir procurar os que consultei no início da minha "busca". Mas como já se passaram uns bons anos, é capaz de não ser fácil.

 

Quanto ao "vagueando", o anterior saíu-me caro. Ontem estive tão zonzo que nem sequer escrevi aqui. De modo que deitei-me cedo (o que é muito raro) -- mas hoje levantei-me também cedo (o que é ainda mais raro...). Aproveitei para pôr em dia algumas respostas a comentários e fazer mais alguns deles. Além das leituras que já referi. Se calhar devia fazer isto (o levantar cedo) mais vezes.

 

Quem anda contentíssimo com a política (americana) é o meu filho, que é um obamista convicto (resultado de viver 22 anos em New York). O "Público" de 6 de Março até, a esse propósito, lhe dedicou a capa e duas páginas do Suplemento (com honras de chamada na 1ª página do jornal). Eu tenho andado um bocado mais partilhado entre a minha costela anti-racista e a minha costela feminista. Mas Hillary ter ido às primárias já é muito importante. Vamos agora ver quem é que Obama escolhe para Vice-Presidente.

 

Por falar no meu filho e em política, e por passarem os 50 anos sobre as eleições de 1958, o meu filho, que está a trabalhar com o neto-biógrafo do General num projecto cinematográfico, encontrou, no material de arquivo, uma fotografia minha a distribuir votos para o candidato Delgado no dia das eleições (também as coloquei, noutros dias, em caixas do correio, mas aí era mais discreto). Estava. com o carro do meu pai, a 100 metros dum local de voto (para quem não saiba, eram os eleitores que tinham de levar o boletim do candidato), com um grande cartaz, a dar votos às pessoas que os queriam e não os tinham.

Não vejo quem possa ter tirado essa fotografia a não ser a PIDE. Vá lá que, nesse dia, não fui lá parar. O mais longe que a polícia fez, foi levar-me até á esquadra da PSP mais próxima, onde tiveram que render-se à evidência, depois de uns telefonemas, de que eu estava dentro da legalidade. E lá tiveram que deixar-me voltar à minha distribuição.

 

E, por hoje, chega.

 

publicado por Transdisciplinar às 19:41
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