Lembrei-me da Luiza (1939-1989). Fomos amigos, de Lisboa e de Paris (a minha primeira mulher tinha sido colega dela na Faculdade). E é com ternura que a recordo (quantas confidências...). Mas há tempos que não a lia. Procurei na Net. E resolvi trazê-la aqui. Com saudade.
A Magnólia
A exaltação do mínimo,
e o magnífico relâmpago
do acontecimento mestre
restituem-me a forma
o meu esplendor
Um diminuto berço me recolhe
onde a palavra se elide
na matéria - na metáfora -
necessária, e leve, a cada um
onde se ecoa e resvala.
A magnólia,
o som que se desenvolve nela
quando pronunciada,
é um exaltado aroma
perdido na tempestade,
um mínimo ente magnífico
desfolhando relâmpagos
sobre mim.
in O seu a seu tempo
Organização e prefácio de Fernando Cabral Martins Assírio & Alvim 2ª edição 2001
E, já agora, uma fotografia dela :
E, já que estamos em fotografias, a propósito do poema :
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