Volto de "férias" e volto ao Dharma. Desta vez para citar Chögyam Trungpa, um dos grandes mestres budistas no Ocidente. E, desta vez, em honra da minha amiga Wolkengedanken, que tanto gosta dele que usa uma frase sua em exergo do seu blog.
De facto, para um verdadeiro adepto do tantra, a compreensão da viva energia do cosmos em termos de estruturas, formas e cores não é uma questão de imaginação ou de alucinação. É real. Assemelha-se a uma pessoa que escuta uma música de tal forma emocionante que adquire quase um carácter plástico. O som torna-se quase um objecto sólido, uma cor ou uma forma. Quando nos tornamos capazes de ver as energias do universo tal como elas são, formas cores e estruturas apresentam-se por si próprias, e a simbolização aflora. Tal é o sentido do mahamudra, que significa «grande símbolo». O inteiro universo é símbolo, não no sentido de um sinal que representa outra coisa que aquilo que ele é, mas porque as qualidades dos fenómenos tais como eles são se manifestam aí da maneira mais viva.
E agora um outro excerto de que gosto muito:
Se a relação de uma pessoa com o espaço está correctamente desenvolvida, correctamente percebida, não existe a menor hesitação. Trata-se de se tornar uno com as emoções.
(Chögyan TRUNGPA - Le Mythe de la liberté et la Voie de la méditation. Paris, Seuil «Points Sagesses», 1979)
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