Quinta-feira, 4 de Dezembro de 2008

{148} Dharma (11)

Embora o inglês seja,  de longe, a língua estrangeira mais conhecida em Portugal, não resisto a publicar um texto em francês (pelo menos para a minha geração deve servir...) que, tratando de questões de que tenho vindo a ocupar-me, as aborda duma maneira muito clara.

Do Lama Denis Teundroupe  ( actualmenye Lama Denys  Rimpoché ) eis uma passagem da série dedicada a "L'Esprit de la Méditation ", publcada hoje pela Sangha Rimay Internationale no seu blog <www.blog-rimay.net>

 

LA MÉDITATION DANS L'ACTION

Non-violence fondamentale

La méditation dans l’action consiste d’abord à transposer l’attitude découverte en l’assise

La méditation dans l’action consiste d'abord à transposer dans le monde de la vie active l'attitude bienveillante, accueillante et non agressive déjà pratiquée vis-à-vis des pensées et des émotions dans la méditation assise. Cette attitude d'accueil des pensées, sans investissement électif consistera dans l'action à accepter les situations telles qu'elles se présentent à nous. Habituellement, nous avons tendance à vouloir que les choses soient autres que ce qu'elles sont, et si les situations ne se présentent pas comme nous l'aurions voulu, cela nous irrite et provoque en nous un état de refus et d'agressivité. C'est ainsi que nous en venons à être fâché contre nos voisins, contre la société, contre nos parents, notre directeur, nos collègues de travail… et aussi contre nous-même.

L’attitude de non-violence foncière permet de vivre les difficultés de façon juste et sensée

Dans la perspective de la méditation dans l'action, toutes les difficultés, les irritations et les problèmes que nous pouvons rencontrer dans les situations quotidiennes, sont autant d'appels à la pratique. Il ne s'agit pas de les fuir, mais de les vivre d'une façon juste. La méditation dans l'action nous propose leur expérience dans une attitude non-violente, sans agressivité ni passion. Cette non-violence fondamentale est réaliste. Elle permet l'acceptation de la situation telle qu'elle est et nous rend capable de la vivre de façon juste et intelligente.

L'ouverture de la barrière dualiste

En méditation, on est confronté Le cœur la méditation est le dépassement de la barrière dualiste en ouvrant ‘moi’ à l’autre

L'agressivité et toutes les réactions passionnelles se développent sur la base de la dualité qui consiste à scinder constamment le monde en deux : moi et l'autre. Plus cette dualité se solidifie, plus ses pôles s'opposent, et plus entre eux, les passions s'exacerbent.

Le cœur de la méditation dans l'action est le dépassement de ce dualisme par l'ouverture du moi – l'ego et son territoire – à l'autre, au monde. Nous avons tous ce territoire que nous défendons âprement. Nous essayons constamment d'y attirer ce que nous estimons désirable et agréable, et de rejeter au-delà de ses frontières tout ce que nous considérons désagréable. La pratique de la méditation nous apprend à dépasser l'attitude paranoïaque de l'ego qui entretient des systèmes de défense pour garder ses frontières, défendre et protéger son territoire.


Cette ouverture rend possible d’accueillir l’autre, sans le nier ni vouloir le posséder

Dans cette ouverture, le mur entre les deux blocs, « moi et l'autre », « moi et la situation », devient de plus en plus transparent. Le fossé de la dualité se réduit petit à petit. Il devient possible d'accueillir « l'autre » sans le nier, ni vouloir le posséder. Une relation beaucoup plus directe, qui est de moins en moins dure et conflictuelle s'instaure.
Telle est la direction générale dans laquelle la méditation dans l'action se développe. Nous allons maintenant essayer de voir l'essentiel de sa pratique.


À suivre


 

publicado por Transdisciplinar às 07:45
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9 comentários:
De Wolkengedanken a 4 de Dezembro de 2008 às 11:48
Pois é isso o desafio de cada momento da vida !! A maneira de comunicar com "o resto do universo" :) Dépasser le dualisme, sim, traz sensacoes muito boas, cria relacoes pessoais de grande qualidade, MAS nao sempre é possivel.

No meu ultimo fim de semana de "treno Shambhala" era essa a questao mais controversa. Como lidar com sitacoes em que outra pessoa nos invade com emocoes fortes. Por exemplo conta desgracas, descreve desesperacao ..... Há profissoes em que essas situacoes sao quase a normalidade. Entao sentimos compaixao mas as vezes precisamos de nos "defender" contra a desgraca dos outros porque nao aguentamos tanto.
A discusao era se precisamos ou nao de"defender-nos" e estabelecer barreiras entre nos e os outros. A filosofia budista disse que nao e a experiencia practica e diaria de muitos participantes disse que sim. Eu por exemplo que sou muito empatica tenho um grandissimo problema com estas situacoes porque sempre tenho medo de me perder na outra pessoa e nao ser capaz de sair destas emocoes ....
Foi muito interessante a contribucao duma pessoa que disse que embora estejemos invadidos pelas emocoes de outra pessoa podemos ficar abertos sem "afogar-nos" nao esquecendo que estamos dentro do ego da outra pessoa.
E posicao do "professor" naturalmente foi dizer que se a nossa mente tivesse a suficiente estabilidade e claridade nunca nos invadiriam as emocoes, nem as nossas nem as alheias e que o instrumento perfectamente acesivel a todos para conseguir isso era a meditacao.

Mas é um longo caminho .....







De Transdisciplinar a 4 de Dezembro de 2008 às 21:12
Caríssima W.
Que comentário rápido (e longo...).
A meditação na acção é muito mais complicada que a meditação sentada. E acho que só com um longo treino desta se consegue transpô-la para o quotidiano...Mas, para mim, é um desafio muito importante. Até porque a passividade da meditação sentada não é muito adequada ao meu estilo pessoal. E, além disso, recuso-me a considerar que há momentos para ser búdico e outros em que se pode não o ser. De modo que dou muita importância à meditação na acção, à presença do Dharma em todos os momentos. Tant pis se é difícil. E saber lidar com as emoções é o mais importante dos desafios com que nos defrontamos quotidianamente.
Já sentia a falta da tua "presença...
:))))


De Transdisciplinar a 4 de Dezembro de 2008 às 21:25
Caríssima W.
Escrevi-te uma longa resposta. Mas quando se tratou de a publicar desapareceu. Agora não posso retomá-la. Veremos se mais tarde encontrarei tempo (e paciência...) para o fazer.
:))))


De Transdisciplinar a 4 de Dezembro de 2008 às 21:36
Não percebo nada , As resposta aparecem e desaparecm.
Já vou na terceira e não posso continuar agora. aaaase fazes favor diz-me o mais rapidamente possível, se as recebeste ou não,
:))))


De Transdisciplinar a 5 de Dezembro de 2008 às 09:25
Minha querida W. ,
Afinal as respostas estão cá. Também as terás no teu computador ?

:)))))


De w. a 5 de Dezembro de 2008 às 17:30
Querido Zé-Carlos

Sim, estao os quatro :) O meu comentario foi longo porque primeiro "recuperei" tempo porque voltou a minha colega que tinha que sustituir e segundo porque é um tema que me interessa muito.

Estou a fazer um "curso" - se assim pode chamar-se - sobre a nocao de karma e como sabes isso é complicadissimo e trastorna a cabeca. Nao vejo como nunca pode-se comprender verdadeiramente o conceito que por um lado a mente seria independente dum corpo fisiologico mas que por outro lado nao se considera a mente como "parte integrante" duma pessoa que fica depois da morte do corpo e depois ainda falam das sementes do karma...... E frustrante e fascinante ao mesmo tempo como com a logica analítica nao se consegue captar .... paciencia :)

E ainda queria dizer que tu deves estar muito avanzado na meditacao em accao ! Provavelmente tu mesmo nao sabes, mas tens uma radiacao nao só sem agressividade nenhuma mas muito carinhosa e pelo tanto a tua compania é muito agradavel. Gostaria chegar algum dia ao teu nivel de benevolencia geral.

um beijinho :)))





De Transdisciplinar a 5 de Dezembro de 2008 às 19:11
Querida W. ,
Nunca posso contar com o que o meu computador faz... Desculpa o exagero dos comentários. Mas ficava aborrecidíssimo de pensar que podias não os receber.
Pois é : com a lógica analítica não se chega lá... Tenta a inteligência emocional.
Quanto à meditação em acção é a minha preferida ! Porque me faz sentir que estou constantemente a ser búdico e não só 2 x 20 min . por dia... De resto, é isso que um aprendiz de bodhissattva deve fazer...
Fiquei muito tocado pelas referências que fazes a meu respeito. Sabes (muita vaidade !) por vezes penso que já nasci búdico (se calhar é por nunca ter sido católico...),
Bjs e :))))



De w a 6 de Dezembro de 2008 às 12:21
Exagero, porque ? a interaccao com um computador as vezes faz saltar de raiva as pessoa mais pacificas :)) Tenho um amigo, budista, claro :)) que é ingeniero informatico e tem muitos anos de experiencia na materia e ele diz que simplesmente nao é verdade que num computador a mesma accao produz o mesmo resultado. Ha coisas que até para um equipo de peritos na materia ficam inexplicaveis. Entao, nos que nao somos peritos ..... Em realidade é um milagre que funciona de qualquer maneira :))

beijinhos


De Transdisciplinar a 6 de Dezembro de 2008 às 14:58
Pois é ! Temos que os aturar...
(já viste a continuação sobre a meditação na acção ?)
Bjs . e :))))))


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