Com o balanço que levo, aqui vai mais uma (desta vez curta) citação. Sempre de Pema Crödrön.
(...) o dharma e a nossa vida são uma só e a mesma coisa.
(...)«Sejamos abertos e aceitemos todas as situações e todos os seres.»
(...) o dharma não vos diz nunca o que é verdadeiro e o que é falso. Encoraja-vos somente a descobri-lo por vossa conta e risco.(...)
O dharma que é ensinado e o dharma que é vivido são descrições da maneira como se deve viver e utilizar a sua vida para se despertar em vez de se adormecer. E se escolhermos consagrar o resto da nossa vida a tentar encontrar o que despertado quer dizer e o que adormecido quer dizer, penso que poderemos atingir o despertar.
De
mdsol a 15 de Junho de 2008 às 16:17
"o dharma não vos diz nunca o que é verdadeiro e o que é falso. Encoraja-vos somente a descobri-lo por vossa conta e risco.(...)" . Esta frase levanta-me questões relacionadas com a "possibilidade" da educação...na plenitude dos seus objectivos.
:))
Citar isolando frases, que é o que eu me vejo forçado a fazer [mas aviso, daí os muito (...)], comporta riscos porque retira as frases dos seus contextos. Embora pudesse dar-lhe já uma primeira resposta, atrevo-me a pedir-lhe que explicite mais a sua perplexidade, para poder comentá-la melhor. Desculpe.,,
:))
De
mdsol a 15 de Junho de 2008 às 16:46
Completamente de acordo quanto aoproblema das frases (mais ou menos) soltas. Mas digo-lhe que, as enquadra muito bem!
A minha questão possivelmente foi mal colocada. Já que não se situa bem ao nível da possibillidade do o ser humano ser educado, mas mais no "como". OU seja... se cada um é que descobre, onde fica o papel do educador? Tem razão de ser? E quando há déficites notórios de capacidades?
Se vir que não vem ao caso... esteja à vontade. Porque, não sendo eu sequer "iniciada" posso querer puxar sempre a sardinha ao meu modo ocidental de pensar.
:-)
O papel do educador é fundamental.
Para já temos de fazer uma distinção entre a aprendizagem do dharma e aquela que se faz no sistema de ensino (seja ele ocidental ou oriental).
Mas um coisa, em qualquer caso é comum : o critério último é sempre o da realidade (os vários níveis do real)
Quanto ao dharma , considera-se que a aprendizagem se faz no quadro duma relação muito próxima com um guia, chame-se-lhe guru ou lama ou seja o que for. E, se é verdade que cada um tem que aprender EM SI MESMO, isso não dispensa a troca e o papel do guia e juiz do nível do aprender.
Quanto aos nossos sistemas de ensino, está fora de causa dispensar o professor. O que se pode discutir é o tipo de ensino /aprendizagem mais adequado . Mesmo os autodidactas aprendem com alguém, nem que seja por interposto livro. Mas não vamos aqui entrar numa discussão sobre métodos pedagógicos.
Voltando ao essencial : o critério último é sempre o da REALIDADE (como, de resto, aponta o Dalai Lama , como eu citei já não sei em qual dos meus posts ) .
Será que esclareci alguma coisa ?
Sempre ao seu dispor (é a sério), :))
Ao reler o comentário (já publicado e, portanto, sem possibilidades de lhe mexer) veio-me à mente uma analogia com a cultura ocidental : a psicanálise tem que ser feita no quadro duma relação dual. É desequilibrada (o analista sabe mais que o analisando) mas é fundamental. E o critério da cura é a realidade do analisando.
:))
E já agora : eu não deixei de ser um ocidental, por mais nomes tibetanos que me derem ,
:))
Sabe que me fêz rir? Não de gozo mas com a sua espontâneidade quando me diz que estranhou não ver um comentário meu a este seu post. Estive, de facto, para escrevê-lo mas achei que poderia estar a ser muito repetitiva. Mas já que me conduz a isso de uma forma muito simpática, aquilo que pensei quando li este post foi o quanto ainda tenho de percorrer para atingir este "despertar" e que o meu estado é ainda de "adormecimento" profundo.
Ainda bem que a fiz rir ! Só por isso já valeu a pena o meu desplante.
É que sou muito reflectido (quando é necessário -- investigação oblige ), mas também tenho muito o senti à flor da pele. De resto, costumo dizer que para pensar bem é necessário sentir bem. E o dharma levou-me a cultivar ainda mais o sentir. Se me espantei foi só por a ver sempre tão interessada por estes limitados posts .
:))
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