No meu último post (Domingo) referi que tinha andado à procura de textos para citar nesta série. Sem sucesso. Não encontrava nada que me parecesse divulgável. Na sequência desse post uma das minhas "amigas" incitou-me a não desistir de publicar sobre o Dharma. De modo que meti-me ao trabalho. Só que mudei de abordagem. No Domingo tinha andado às voltas com três livros de um grande Rimpoché (à letra : "extraordinariamente precioso" -- é um título honorifico concedido pelos seus pares aos lamas que se distinguem pela sua grande sabedoria). Este lama, Chögyam Trungpa, é muito conhecido por ter sido um dos grandes responsáveis pela difusão do budismo tibetano no Ocidente. Por isso o escolhi. Mas daí a ser citável para mentes desprevenidas vai uma grande distância.
A mudança consistiu em ler atentamente (já o tinha percorrido um tanto distraidamente, como vi pelas muito poucas passagens sublinhadas) um livro de uma monja americana [que foi casada duas vezes antes de se tornar monja e é mãe de dois filhos] . E encontrei muito material citável. Nem sequer o vou "esgotar" hoje -- vou só dar uma amostra.
Ela chama-se Pema Chödrön. É o seu nome tibetano, que lhe foi dado quando ela "tomou refúgio" e que, portanto, ela usa ao esrever sobre budismo [ De resto o mesmo fez ontem a nossa monja Tsering Baldron quando interveio no programa da SIC-Mulher sobre budismo.] ["Tomar refúgio" é considerado como um segundo nascimento, a ponto de poder ser comemorado como um aniversário].
O livro tem um título interessante : "Entrar em amizade consigo mesmo" e, como sub-título : "Dizer sim à vida, reconciliar-se consigo mesmo e com o mundo", [Só o título já é todo um programa.] Vou citá-lo a partir da tradução francesa, porque é a versão que tenho.
Com tantos preliminares. e para não maçar muito o leitor, já não fica muito espaço para citações hoje, Mas,de qualquer forma, aqui fica uma amostra. Se as reacções forem favoráveis continuarei.
(...) Além de descobrir a nossa verdadeira natureza, aprendemos também a conhecer os outros. (...) O que é preciso reter é que a nossa verdadeira natureza não é um ideal ao qual nós devemos aspirar, É a pessoa que nós somos agora e é com ela que nós podemos entrar em amizade e celebrar.
Não existe nem inferno nem paraíso fora da maneira como entramos em relação com o nosso mundo. (...) O nosso trabalho na vida é de despertarmos, de deixar as coisas que entram no círculo despertarem-nos mais do que adormecer-nos. O único meio de chegarmos aí, é abrirmo-nos, ser curiosos e desenvolver uma espécie de sentimento de simpatia em relação a tudo o que acontece, para poder conhecer a sua natureza e daí tirar um ensinamento.
(...) Chegamos então ao mais interessante : como fazer ? (...) O mais difícil e o mais corajoso (...) é observar de maneira contínua as suas próprias crenças, directamente, com honestidade e clareza, e depois ir mais longe. Isto exige muito coração e benevolência. É necessário ser capaz de tocar e de conhecer o coração da sua experiência, sem rudeza e sem fazer nenhum julgamento. (...) ver o que é, Reconhecê-lo sem o julgar bem ou mal. Largar de mão e voltar ao instante presente.(...)É uma ocasião de ver que nos agarramos à nossa interpretação da realidade(...) nem mais nem menos : somente a nossa própria interpretação da realidade.
Creio que já chega , por hoje, Continuarei (ou não...).
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