Bom dia,
Daqui o filho do Zé-Carlos. Lamento informar que o meu Pai faleçeu este noite. Tinha 75 anos. Para aqueles que se corresponderam com ele um abraço.
Bruno de Almeida
Continuando com o jazz e com as cantoras negras, eis :
My funny Valentine
Sweet comic Valentine
You make me smile with my heart
Your looks are laughable
Unphotographable
Yet you're my favourite work of artIs your figure less than Greek
Is your mouth a little weak
When you open it to speak
Are you smart?But don't change a hair for me
Not if you care for me
Stay little Valentine stay
Each day is Valentine's dayIs your figure less than Greek
Is your mouth a little weak
When you open it to speak
Are you smart?But don't you change one hair for me
Not if you care for me
Stay little Valentine stay
Each day is Valentine's day
Há muito tempo que pensava inclui-la na lista dos artistas que reproduzo. Aqui fica hoje.
Não tenho a certeza de não ter já publicado este trecho no início do meu blog. Em qualquer caso, já lá vai tanto tempo que não é grave cometer uma repetição. E aqui fica So What.
Desta vez o título do post não corresponde ao autor mas sim ao intérprete. A propósito do post anterior, uma "amiga" chamou-me a atenção para este músico, ouvi algumas das suas obras, e achei que devia publicá-lo aqui.
É tão conhecido que dispensa apresentações :
Um francês, Eric Satie (1866-1925), e a sua Gymnopedia 1 :
Desta vez (vd. 176) é só Bach (uma ária "sulla quarta corda") e Friedrich Gulda. A ária merece-o.
Tenho apresentado quadros de Maria Helena Vieira da Silva no meu blog francês (lá faço questão de divulgar artistas portugueses) mas não o tenho feito aqui, até porque a sua obra é conhecida cá (vd. Fundação, Museu, etc.). Hoje abro uma excepção para um quadro dela de 1951, chamado Inverno. Deixo-o à apreciação dos leitores.
Entre avarias e outras tropelias há um pouco mais de três semanas que não escrevo aqui. Pelo meio só uma ou outra rara resposta, aproveitando as escassas ocasiões em que o computador esteve funcionante e em que eu conseguia ter acesso ao mail e aos comentários. Agora que os defeitos parecem estar sanados é a altura de voltar à blogosfera.
Acontece que lhe perdi o jeito. De modo que vou refugiar-me no mais simples : um trecho musical, neste caso o Quarteto de Thelonious Monk e a sua versão do 'Round Midnight :
Já que se "perdeu" (direitos de autor) a versão que estava no post {137}, fica aqui esta em substituição :
Do último livro do Herberto :
Será que Deus não consegue compreender a linguagem dos artesãos?
Nem música nem cantaria.
Foi-se ver no livro: de um certo ponto de vista de:
terror sentido beleza
acontecera sempre o mesmo - quebram-se os selos aparecem
os prodígios
a puta escarlate ao meio dos cornos da besta
máquinas fatais, abismos, multiplicação de luas
- o inferno! alguém disse: afastem de mim a inocência
eu falo o idioma demoníaco.
Há imagens que se percebem: a do leão às escuras bebendo água
gelada, a imagem de uma pessoa com a mão gloriosa nas chamas
não pára de gritar mas não tira a mão do fogo
compreende-se? como se compreende?
é uma espécie de força absoluta. Há quem pinte cavaleiros luminosos
montados em cavalos azuis. Vão para a guerra, vão matar,
roubar, violar, Deus olha.
Sangue. Quais os problemas? Vermelho e azul, distribuição de formas, a beleza
e os seus segredos - o número, a razão do número
que tudo seja perfeito em coral e cobalto.
O caos nunca impediu nada, foi sempre um alimento inebriante.
O homem não é uma criatura entre mal e bem: falava-se com Deus
porque Deus era potência, Deus era unidade rítmica.
A mão sobre as coisas - cada coisa tem a sua aura, cada animal tem
a sua aura, como se pastoreiam as auras!
em transe: eu sou a coisa. Acabou.
Sento-me a conversar com Deus: palavra, música, martelo
uma equação: conversa de ida e volta.
Depois há gente que fala entre si, depouis é o medo, depois é o delírio.
Escuta a breve canção dentro de ti. Que diz ela?
Não move as coisas com as suas auras, nem tu nem a tua canção
pertencem ao mundo cheio, alma que sopra.
Nada se liga entre si, Deus não se debruça na canção; destroça
a cadência
- o demoníaco. Já não se vê um degrau
arrancar de outro degrau pelas lentas escadarias de mármore ao fundo.
A canção abandonou o seu espaço contínuo,
Que se pode fazer? - Apenas um encontro de objectos; um degrau, outro e outro degraus onde ninguém assenta o pé
e depois o outro pé - por onde se não sobe para assistir ao braço que torcendo
laçasse o corpo num umbigo incandescente, por onde ninguém
sobe para sentar-se ao órgão
e discutir em música as proporções? Aquele que disse:
eu tenho a temperatura de Deus - era um louco meteorológico.
Mas se afinal se entende que numa resposta
se oculta uma pergunta do mundo, mas
se afinal a substância
de alguém que pôs a mão no fogo é igual à substância do fogo
enquanto grita. A substância de um homem e de uma estrela; a mesma.
O poder de criar a canção, isso.
Bato na rosácea com o martelo
o rosto onde bate a rosácea roda voltado para cima -
Se a esta hora da noite ainda está alguém agarrado ao computador, mandém-me alguma mensagem ! Estou à espera de uma que, certamente, já não virá hoje ! Assim tudo o que vier será bem-vindo...
Abraços p'ra quem quer que seja ! E a minha gratidão antecipada !
Trata-se de uma espécie de tributo a Friedrich Gulda (1930-2000) que se sentia tão à vontade com os autores clássicos como com o jazz. Se o computador não me trocar as voltas, começaremos com um Prelúdio e Fuga de Bach (3:32) , a que se seguirá Swinging Jazz Piano (5:58).
Há muito tempo que não trago aqui um pouco de jazz puro e duro. Colmato hoje essa lacuna com o Quarteto de Thelonious Monk em 'Round Midnight :
Farto das caras das duas senhoras que abriam o post anterior, aqui vai mais um (com Béjart e Brel ) :
E, para não pensarem que só gosto de música moderna, aqui ficam dois "Stabat Mater" (para comparar, como de costume...).
E agora para piano e orquestra :
E, já agora :
E nem me apetece explicar...
Está tudo dito no título ...
Merda !
Para comparar...
Tenho estado semi-ausente. A morte da minha irmã mais velha tocou-me mais do que eu imaginara. Afinal, desde o AVC (grave), ela já não estava propriamente viva. Mas por muito que se diga "ela está melhor assim", a morte é a morte, com o que tem de definitivo.
Já vinha sentindo isto ( o mais recente dos maus amigos a morrer foi o Antóno Alçada Baptista ). Antes tinha sido o João Martins Pereira (de que já aqui falei) ou, por exemplo, o Fernando Gil (mais novo que eu -- e padrinho do meu filho). Há uma geração que desaparece. E a pergunta óbvia é : para quando eu ?
Não que a morte me faça medo. Por qualquer razão nunca me fez (talvez por nunca ter sido católico e não ter receio de um juízo final...). Mas se os deuses me dessem um aviso prévio, lá isso gostava ...
A beleza de Jeanne Moreau e o texto de Marguerite Duras. Que combinação !...
A ideia era publicar dois temas de Nina Simone. Mas a versão desta de Feelings não tem qualidade para ser apresentada. Assim, ficamos com, dela, Ain'T Got No - I Got Life, e uma outra versão de Feelings (com legendas em português) .
Há muito tempo que não publicava Eugénio de Andrade. Aqui fica um curto poema seu :
À Beira de Água |
Estive sempre sentado nesta pedra escutando, por assim dizer, o silêncio. Ou no lago cair um fiozinho de água. O lago é o tanque daquela idade em que não tinha o coração magoado. (Porque o amor, perdoa dizê-lo, dói tanto! Todo o amor. Até o nosso, tão feito de privação.) Estou onde sempre estive: à beira de ser água. Envelhecendo no rumor da bica por onde corre apenas o silêncio. Eugénio de Andrade Os Sulcos da Sede |
Nem sei porque é que não tinha ainda publicado nada do grande Zeca. Aqui fica um dos seus trechos mais conhecidos .
Ao qual se segue uma homenagem a ele e ao inolvidável 25 de Abril.
Enquanto esperamos pelo filme de fundo, aqui fica esta breve amostra :
Hoje este post é dedicado à comparação entres dois expoentes masculinos do ballet do séc. xx. Para isso vou utilizar uma peça muito conhecida de Claude Debussy, L'Après-midi d'un Faune.
Para começar teremos Rudolf Nureyev :
E agora a coreografia de Nijinsky, no filme que tem o seu nome :
Tenho descurado muito o ballet, quando é uma formas de arte que mais aprecio. Hoje, ao procurar no YouTube trabalhos de Maurice Béjart (o meu coreógrafo preferido) encontrei estas Trois Pièces pour Violon, de Stravinsky, que registo já, enquanto procuro mais material para publicar.
E, da colaboração entre Jacques Brel e Béjart, tomo o conhecidíssimo Ne me Quitte Pas.
Volto ao Herberto Helder (de que tenho pubicado sobretudo versões francesas, tiradas das edições bilingues que encomendei em França, com traduções que , até aqui, me parecem boas)
Sobre um Poema
Um poema cresce inseguramente
na confusão da carne,
sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
talvez como sangue
ou sombra de sangue pelos canais do ser.
Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
do nosso amor,
os rios, a grande paz exterior das coisas,
as folhas dormindo o silêncio,
as sementes à beira do vento,
- a hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.
E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
invade as órbitas, a face amorfa das paredes,
a miséria dos minutos,
a força sustida das coisas,
a redonda e livre harmonia do mundo.
- Em baixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.
- E o poema faz-se contra o tempo e a carne.
Não são necessárias palavras...
E, agora pela primeira vez neste blog, Frank Sinatra :
Para acabar, Billie Holiday com Carmen McRae e Count Basie :
Por causa de um comentário de uma leitora do meu blog francês (sobre o fado "Estranha Forma de Vida"), acabei por publicar lá um post sobre Camané. Não há motivo para não o publicar também aqui (tanto mais quanto a filmagem foi do meu filho, Bruno de Almeida) :
Ao navegar, um tanto ao acaso, no YouTube, deparei com o "Clair de Lune", de Claude Debussy (peça que conheci nos tempos muito longínquos de aprendiz de pianista...). E resolvi fazer com ela o que, pelos vistos, se está a tornar um hábito : apresentar várias versões do mesmo trecho. Aqui vai pois essa parte da "Suite Bergamesque".
Começo com a versão orquestral, de Stokowsky, dirigida pelo próprio :
E continuo com a versão para violino, interpretada por David Oistrach :
E, para acabar, uma das inúmeras versões para piano (acabei por escolher pelas imagens, o que não é um bom critério de melómano...) :
Desisto. Perdi a paciência. Estou há horas a tentar reproduzir aqui o que, com toda a facilidade, fiz no meu blog francês : apresentar quatro versões, muito diferentes (e fiquei-me pelo piano.. ), do tema de Georges Gershwin, de 1930.
Assim sendo, vou ver se ainda consigo deixar aqui uma das versões e para as outras remeto-vos para o meu blog francês ( transdisciplinaire.over-blog.com/ ).
P.S.- Consegui "meter" um dos raros vídeos com o próprio Gershwin. Vamos a ver se com isso não apaguei tudo...
Lembrei-me da Luiza (1939-1989). Fomos amigos, de Lisboa e de Paris (a minha primeira mulher tinha sido colega dela na Faculdade). E é com ternura que a recordo (quantas confidências...). Mas há tempos que não a lia. Procurei na Net. E resolvi trazê-la aqui. Com saudade.
A Magnólia
A exaltação do mínimo,
e o magnífico relâmpago
do acontecimento mestre
restituem-me a forma
o meu esplendor
Um diminuto berço me recolhe
onde a palavra se elide
na matéria - na metáfora -
necessária, e leve, a cada um
onde se ecoa e resvala.
A magnólia,
o som que se desenvolve nela
quando pronunciada,
é um exaltado aroma
perdido na tempestade,
um mínimo ente magnífico
desfolhando relâmpagos
sobre mim.
in O seu a seu tempo
Organização e prefácio de Fernando Cabral Martins Assírio & Alvim 2ª edição 2001
E, já agora, uma fotografia dela :
E, já que estamos em fotografias, a propósito do poema :
Embora o inglês seja, de longe, a língua estrangeira mais conhecida em Portugal, não resisto a publicar um texto em francês (pelo menos para a minha geração deve servir...) que, tratando de questões de que tenho vindo a ocupar-me, as aborda duma maneira muito clara.
Do Lama Denis Teundroupe ( actualmenye Lama Denys Rimpoché ) eis uma passagem da série dedicada a "L'Esprit de la Méditation ", publcada hoje pela Sangha Rimay Internationale no seu blog <www.blog-rimay.net>
Caetano Veloso canta Amália : " Estranha Forma de Vida".
Relembremos : a música é de Alfredo Marceneiro e a letra é da própria Amália.
Passou-se no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, em 1985.
Retornemos ao jazz. Hoje com a grande Ella. Começamos por uma gravação de 1983 do Night and Day (3:35) .
De seguida, dum concerto de 1966, e com o também grande Duke Ellington, uma curta versão (2:50) do Mac the Knife .
O meu último posts sobre o dharma foi o {128}, de 7 de Novembro. Vai sendo tempo de voltar ao tema. Para o fazer vou simplesmente traduzir uma nota de rodapé dum texto do Lama Denys Rimpoché, que esclarece uma questão frequentemente colocada.
A palavra "budismo", inventada pelos indianistas, só apareceu por volta de 1825. O sufixo "-ismo" situa o ensinamento do Buda numa perspectiva teológica, metafísica ou filosófica, sistemática e dogmática que não é de todo a do seu espírito e da sua natureza. A via do Buda traça os contornos de uma "ciência" do espírito [mente] que engloba características humanas e nomeadamente as suas preocupações religiosas. A palavra dharma tem um emprego mais apropriado uma vez que designa habitualmente o ensinamento do Buda, quer dizer o estudo da realidade essencial das coisas e dos seres, sendo entendido que o sentido fundamental deste termo significa "realidade" ou "o que é".
Este vídeo era para acompanhar o anterior no {143} mas, como estou a usar o "embed" em vez do URL (única maneira de obter a cercadura -- e outros aperfeiçoamentos, como a possibilidade do "full screen") tenho de recorrer à edição HTML. Em suma : ao acrescentar este estraguei tudo (poupo-vos os detalhes). A solução mais simples foi esta : acrescentar um novo post, que deve ser visto como uma parte do anterior !
Assim, para quem tiver disposição e tempo para mais Jimmy Smith, aqui vai , também com Kenny Burrell, Organ Grinders Swing :
Hoje não dá para grandes aperfeiçoamentos. Vamos directamente para Jimmy Smith com Kenny Burrell em Got my Mojo Workin' :
Acabou-se. Removi o blog que há escassos dias tinha criado no Blogger ! Só me deu chatices.
São 5,40 da noite de Sábado para Domingo. Não estou sequer com paciência para contar tudo o que se passou...
Peço desculpa às amigas por causa das quais criei o dito. Mas com as últimas tentativas falhadas, perdi toda a vontade de continuar com o bicho (é o mínimo que lhe posso chamar).
Com este e com o blog francês ao menos já lhes conheço as manhas. E continuarei a comunicar com elas como fazia até aqui.
De resto, estes dois já me dão trabalho que chegue.
Até breve.
Estive três dias sem computador. Daí a minha ausência de comentários durante esse período.
Como prezo muito as pessoas que habitualmente me comentam -- e nunca deixo um comentário sem resposta...-- venho dar esta explicação sobre o meu involuntário afastamento.
E agora vou retomar a consulta dos habituais posts alheios e dar resposta quando tal se justifique.
Abraços para todos.
"Há cidades cor de pedra" :
Há cidades cor de pérola onde as mulheres
existem velozmente. Onde
às vezes param, e são morosas
por dentro. Há cidades absolutas,
trabalhadas interiormente pelo pensamento
das mulheres.
Lugares límpidos e depois nocturnos,
vistos ao alto como um fogo antigo,
ou como um fogo juvenil.
Vistos fixamente abaixados nas águas
celestes.
Há lugares de um esplendor virgem,
com mulheres puras cujas mãos
estremecem. Mulheres que imaginam
num supremo silêncio, elevando-se
sobre as pancadas da minha arte interior.
Há cidades esquecidas pelas semanas fora.
Emoções onde vivo sem orelhas
nem dedos. Onde consumo
uma amizade bárbara. Um amor
levitante. Zona
que se refere aos meus dons desconhecidos.
Há fervorosas e leves cidades sob os arcos
pensadores. Para que algumas mulheres
sejam cândidas. Para que alguém
bata em mim no alto da noite e me diga
o terror de semanas desaparecidas.
Eu durmo no ar dessas cidades femininas
cujos espinhos e sangues me inspiram
o fundo da vida.
Nelas queimo o mês que me pertence.
o minha loucura, escada
sobre escada.
MuIheres que eu amo com um des-
espero fulminante, a quem beijo os pés
supostos entre pensamento e movimento.
Cujo nome belo e sufocante digo com terror,
com alegria. Em que toco levemente
Imente a boca brutal.
Há mulheres que colocam cidades doces
e formidáveis no espaço, dentro
de ténues pérolas.
Que racham a luz de alto a baixo
e criam uma insondável ilusão.
Dentro de minha idade, desde
a treva, de crime em crime - espero
a felicidade de loucas delicadas
mulheres.
Uma cidade voltada para dentro
do génio, aberta como uma boca
em cima do som.
Com estrelas secas.
Parada.
Subo as mulheres aos degraus.
Seus pedregulhos perante Deus.
É a vida futura tocando o sangue
de um amargo delírio.
Olho de cima a beleza genial
de sua cabeça
ardente: - E as altas cidades desenvolvem-se
no meu pensamento quente.
Herberto Helder
Lugar
Poesia Toda
Assírio & Alvim
1979
Imagem por American Modernist School,
“Woman Surrounded by Buildings”,
É demais ! Há dois dias que tento repor o som no Yves Montand ({133}). Já tentei tudo. Apagar e re-editar. Edição normal e edição HTML. Voltar repetidamente ao YouTube (onde, por vezes, também não consigo som...). Ainda por cima, em pré-visualização dá. Quando publico é uma repetida desilusão : tenho imagem, mas som nada, Estou cansado de tentar. Vou deixar assim, com as minhas desculpas para quem me lê/vê.
E se alguém, habituado a semelhantes alhadas, me quiser dar alguma dica, será ultra-bem-vindo !
P'ra não ficar muito frustrado, vou tentar publicar alguma outra coisa. Mas, agarrado a isto, estou sem ideias. Acho que vou aproveitar, fazer um interregno, e ver os posts dos "amigos", a que não tenho dado a devida atenção.
Mudo de título, p'ra variar um pouco. mas. no fundo, continuam os "À balda"...
(Já agora : o computador continua a dar-me chatices. E agora que já tenho bastantes meses de experiência chateiam-me ainda mais.)
Continuo com as noitadas (alguma vantagem havia de ter de estar aposentado, já que a perda do "emprego" me custou muito). Neste momento são quase 5 da manhã.
E prefiro, por enquanto, continuar agarrado ao computador (filho da mãe -- mas que culpa têm as mães -- , vou deixar-me de delicadezas e chamar-lhe o que ele merece : filho da puta !). Agora deu-lhe para mudar constantemente o tamanho das letras, o que me obriga a olhar (merda ! ainda agora aconteceu outra vez) -- dizia eu : olhar frequentemente para o ecrã, para ver se o texto está em condições (como isto dos computadores, apesar da minha longínqua formação científica, me parece ter algo de magia, talvez, por eu ter escrito estas considerações, ele se "arrependa" e mostre alguma consideração por quem o usa).
Mas voltemos -- voltemos uma porra, porque não há a que voltar
[o cabrão , agora, deu-lhe para variar de paqueno para grande e vice-versa, sem aviso -- e cá vou eu...]
Assim nem dá para pensar. O que vale é que não estou a trabalhar, senão estava lixado !
Voltemos então à rebaldaria !
O computador tornou~se numa peça fundamental na minha vida. Mais exactamente : é a Internet ! Em tempos, a propósito disso, falei de vício ou de addiction. Neste momento prefiro dizer que me tornei num info-dependente. Talvez porque estou muito tempo em casa. Ou porque tenho grandes dificuldades de locomoção. Estar sentado frente ao computador tornou-se uma componente essencial do meu quotidiano.
E falando do blog (melhor : dos meus dois blogs) : levaram-me ao contacto (nem sempre...) com pessoas que (com uma só excepção) nem sequer conheço pessoalmente, mas que, nalguns casos, considero já como verdadeiros amigos(as).
Já vou longo. Acho que é (o cabrão continua...) a altura de parar. Se a veneta ainda me der p'ra aí ainda retomarei. Se não fica para outra altura.
Boa noite (lá está ele...) ou bom dia...Até breve...
Agora deu-me para replicar aqui algumas das coisas que faço para o blog francês. É o caso de hoje (afinal porque é que os leitores de cá hão-de ficar privados de coisas que, ainda por cima, e mesmo que não pareça, me dão tanto trabalho a fazer ?) , Para hoje escolhi duas versóes muito diferentes do conhecidíssimo Summertime (de George Gershwim, não é demais lembrá-lo ).
.
Comecemos por Miles Davis (3:19) :
E acabemos com Louis Armstrong e Billie Holiday (9:59) :
E agora é só escolher ou, simplesmente, fruir.
( Ver post {180} )
P.S. - E, já agora , deixo-vos a letra :
Summertime
and the livin' is easy
fish are jumpin
and the cotton is high
oh your daddy's rich
and your ma is good lookin'
so hush little baby
don't you cry
One of these mornin's
you're gonna rise up singin'
yes you spread your wings
and you take to the skys
but till' that mornin'
theres nothin' that can harm you
yes your daddy and mammy
stand and wave you goodbye
summertime
and the livin' is easy
fish are jumpin'
and the cotton is high
oh your daddy's rich
and you ma is good lookin'
so hush little baby
baby don't you cry
don't you cry
Eu, que sou tão obcessivo com os números, (como se vê pelos posts) resolvi escrever de novo "Á balda" sem me preocupar com a numeraçâo. Sei que escrevi alguns com esse título e outros que, sem o terem, também o poderiam ter tido. Mas na disposição em que hoje estou, tanto faz,
Escrevo, pois, sem propósito definido (ao contrário dos meus posts mais recentes -- que, já agora, me deram um trabalhão, a começar pelas pesquisas para as escolhas e a continuar com as minhas "lutas" com o computador...), É mais para desabafar...
A blogofera é dúbia. Tanto pode ser estimulante como desencorajante. E muito depende dos comentários. Por eles se sabe do interesse que os nosssos esforços suscitam. É óbvio que, salvo algum masoquista, escrevemos para sermos lidos e apreciados. E é através dos comentários que nos podemos dar conta dessa apreciação.
Talvez hajam pessoas para quem isto que digo seja irrelevante. Para mim não é. Por exemplo, foram os comentários (ou a sua ausência) que me levaram a abandonar um tema (e a trabalhá-lo para uma revista da especialidade -- o que foi uma boa decisão).
Mas há peças que faço para o blog -- e não poderia fazê-las para outro sítio, com as características que têm -- e que sinto que não têm a resposta que esperava,
Talvez tudo isto seja muita pesporrência minha -- e estou aberto a todas as críticas -- mas naquilo que em economia se chamaria uma análise custos/benefícios não posso deixar de me sentir defraudado.
Provavelmente o melhor é deixar de investir tanto nos posts que faço e passar a publicar umas banalidades. Então estar-me-ei nas tintas para as repercussões que tenha.
A ver vamos. Por hoje e por agora já chega. Até ao próximo "Á balda"...
Sem tempo para aprimorar o post, aqui acrescento às duas versões do Autumn Leaves que já divulguei no blog mais três versões. (Quem não é fã pode passar já p'ra outro blog...)
Desta versão nem o nome dos intérpretes consegui saber.
E agora um muito nosso conhecido, de voz inconfundível : Nat "King" Cole.
Para acabar ´(e só para os "mordus" do jazz que tenham vagar para 10:59) aqui vão dois grandes nomes : Miles Davis e "Cannonball" Adderly. (Das três versões deles que ouvi foi esta a minha preferida.)
Copio de duas "amigas" : MDOSOL e Carminda Pinho. Como a ideia original foi desta deixo aqui o seu link :< forum-cidadania.blogspot.com/>. E é também uma homenagem à França (e á minha juventude...).
E, para quem quiser, aqui fica a letra :
Oh, je voudais tant que tu te souviennes
Des jours heureux où nous étions amis
En ce temps-là la vie était plus belle
Et le soleil plus brûlant qu'aujourd'hui.
Les feuilles mortes se ramassent à la pelle
Tu vois, je n'ai pas oublié
Les feuilles mortes se ramassent à la pelle
Les souvenirs et les regrets aussi.
Et le vent du Nord les emporte,
Dans la nuit froide de l'oubli.
Tu vois je n'ai pas oublié,
La chanson que tu me chantais...
Les feuilles mortes se ramassent à la pelle
Les souvenirs et les regrets aussi,
Mais mon amour silencieux et fidèle
Sourit toujours et remercie la vie.
Je t'aimais tant, tu étais si jolie,
Comment veux-tu que je t'oublie?
En ce temps-là la vie était plus belle
Et le soleil plus brûlant qu'aujourd'hui.
Tu étais ma plus douce amie
Mais je n'ai que faire des regrets.
Et la chanson que tu chantais,
Toujours, toujours je l'entendrai.
C'est une chanson qui nous ressemble,
Toi tu m'aimais, moi je t'aimais
Et nous vivions, tous deux ensemble,
Toi qui m'aimais, moi qui t'aimais.
Mais la vie sépare ceux qui s'aiment,
Tout doucement, sans faire de bruit
Et la mer efface sur le sable
Les pas des amants désunis.
C'est une chanson qui nous ressemble,
Toi tu m'aimais et je t'aimais
Et nous vivions tous deux ensemble,
Toi qui m'aimais, moi qui t'aimais.
Mais la vie sépare ceux qui s'aiment,
Tout doucement, sans faire de bruit
Et la mer efface sur le sable
Les pas des amants désunis
Hoje estou muito preguiçoso. Não dá para acrescentar nem imagens nem texto. Vai só o meu caro Keith Jarrett.:
[ Life (Köln Konzert) (5:21)] :
Mas, já agora, vai também o"Rider" (1985) (5:09), até porque é um expoente no jeito muito peculiar que Jarrett tem de estar ao piano :
E, afinal, acabo com um quadro de Eduardo Batarda, "Nothing Really", de 1997 :
:
Deu-me para homenagear Louis Armstrong. E escolhi duas curtas versóes da mesma peça, ambas dele em jovem. Aqui ficam...
Tentei acrescentar as imagens destes quadros ao primeiro SlideShow. Não consegui (creio que estava "lotação esgotada"...). De modo que aqui vai estoutro :
Quando quiserem parar, é só desligar.
(Ah ! a música nem sempre vem logo...quando vem...)
Desde 2 de Setembro, e dos meus diálogos com a Wolkengedanken, que não escrevo nada sobre o Dharma.
(Parentesis : entretanto ela, que é austríaca, esteve cá e tive a experiência interessante de jantar e conversar pessoalmente com uma pessoa com quem os únicos contactos, até aí, tinham sido por interpostos blogs. Ela até publicou depois uma fotografia minha no blog dela -- para os curiosos, o link do blog da Wolkengedanken está na lista no meu blog.)
Hoje, ao procurar uma citação na Ética para o Novo Milénio, do Dalai Lama, encontrei um trecho que me pareceu interessante reproduzir aqui, porque respeita a um dos assuntos que mais se presta a confusões quando está em causa o Dharma. Aqui vai :
Penso que há uma importante distinção a fazer entre religião e espiritualidade. Considero que religião diz respeito à crença numa forma de salvação específica a cada tradição, um aspecto dessa religião consiste na crença numa realidade metafísica ou sobrenatural que inclua, por exemplo, a noção de céu ou de nirvana. Ligam-se a ela os ensinamentos religiosos ou dogmas, os rituais, a oração, etc. Considero que espiritualidade diz respeito ao cuidado a ter com as qualidades do espírito humano como o amor e a compaixão, a paciência, a tolerância, o perdão, o contentamento. o sentido da responsabilidade e da harmonia, que trazem felicidade para si e para os outros. (...)
(...) parece que há muita confusão, tanto entre crentes como não crentes, sobre em que consiste a prática espiritual. A característica comum a todas as qualidades que descrevi como "espirituais" é o interesse pelo bem-estar dos outros. (...) Mas implica também transformarmo-nos a nós próprios de forma a estarmos mais facilmente dispostos a fazê-lo. Falar de prática espiritual em termos que não estes não tem significado.
O meu apelo para uma revolução espiritual não vai no sentido de uma revoluçâo religiosa. (...) É mais um apelo para reorientarmos radicalmente a nossa visão de forma a afastá-la das preocupações habituais centradas no eu. É um apelo para considerarmos a comunidade mais alargada de seres com os quais estamoa ligados e para adoptarmos por uma conduta que reconheça os interesses alheios em pé de igualdade com os nossos.
(...)
O meu ponto de vista (...) [que se apoia] apenas no senso comum normal, é que é possível estabelecer princípios éticos vinculativos se tomarmos como ponto de partida o corolário de que todos desejamos a felicidade e queremos evitar o sofrimento.
O som do post anterior desapareceu e creio que de vez porque nem no IMEEM, de onde o copiei, se consegue ouvi-lo.
O poema é demasiadamente longo para o transcrever aqui. De modo que resta-me remeter o leitor para a obra onde o pode encontrar :
Herberto Helder -- Poesia Toda -- "Poemacto I I "
Afinal consegui ouvir o som quando, por acaso, fui aos "comentários". E depois consegui ouvi-lo de novo no próprio post.
Deixo-vos a dica. Tentem, se quiserem, de uma ou outra forma. Pelo sim pelo não, deixo ficar este post.
Atenção a quem quiser ouvir : são (6 : 04).
Ao procurar imagens do Herberto no Google, encontrei este "flash" que se segue. Deu-me um trabalhão descobrir (santa ignorância...) como "metê-lo" no post, mas lá consegui (embora mal -- não ficou como eu queria). É precioso, porque a voz é do próprio Herberto. Quanto à música é de Rodrigo Leão e o título do album de que faz parte é Os Poetas -- Entre Nós e as Palavras .
Já que voltei ao jazz, eis um pequeno vídeo, não muito bom, sobre Os 60 anos do Hot Clube. Ele merece :
Quando o ouvi nos anos 60 (bendito vinil !) foi com satisfação, para mim que já era fã de Dave Brubeck, que encontrei este compasso de 5/4. E é com alegria que agora posto aqui esta versão doTake Five :
Hoje mudei de poeta. Temos Adeus, em duas versões :
Conforme prometido continuo :
Em cada mulher existe uma morte silenciosa.
E enquanto o dorso imagina, sob os dedos,
os bordões da melodia,
a morte sobe pelos dedos, navega o sangue,
desfaz-se em embriaguês dentro do coração faminto.
-- Oh cabra no vento e na urze, mulher nua sob
as mãos, mulher de ventre escarlate onde o sal põe o espírito,
mulher de pés no branco, transportadora
da morte e da alegria.
Dai-me uma mulher tão nova como a resina
e o cheiro da terra.
Com uma flecha em meu flanco, cantarei.
E enquanto manar de minha carne uma videira de sangue,
cantarei seu sorriso ardendo,
suas mamas de pura substância,
a curva quente dos cabelos.
Beberei sua boca, para depois cantar a morte
e a alegria da morte.
Dai-me um torso dobrado pela música, um ligeiro
pescoço de planta,
onde uma chama comece a florir o espírito.
À tona da sua face se moverão as águas,
dentro da sua face estará a pedra da noite.
-- Então cantarei a exaltante alegria da morte.
¶
Senti que não é justo "dar" o secreto Herberto Helder aos meus leitores franceses e não o fazer aqui. Ainda não tenho o livro recentemente publicado. Mas a tradução que comprei é uma edição bilingue. Assim não tenho que ir procurar no Poesia Toda e posso pôr neste blog o mesmo que ponho no francês. Vou, pois, transcrever um dos poemas dum livro que se chama O Amor em Visita.
Dai-me uma jovem mulher com sua harpa de sombra
e seu arbusto de sangue. Com ela
encantarei a noite.
Dai-me uma folha viva de erva, uma mulher.
Seus ombros beijarei, a pedra pequena
do sorriso de um momento.
Mulher quase incriada, mas com a gravidade
de dois seios, com o peso lúbrico e triste
da boca. Seus ombros beijarei.
Cantar ? Longamente cantar.
Uma mulher com quem beber e morrer.
Quando fora se abrir o instinto da noite e uma ave
o atravessar trespassada por um grito marítimo
e o pão for invadido pelas ondas --
seu corpo arderá mansamente sob os meus olhos palpitantes.
Ele -- imagem vertiginosa e alta de um certo pensamento
de alegria e de impudor.
Seu corpo arderá por mim
sobre um lençol mordido por flores com água.
Por hoje ficamos por aqui. Amanhã haverá mais, que o livro dá pano para mangas.
Procurei-os por causa do blog francês. Queria ilustrar com a imagem dum torso feminino o poema de Herberto Helder que estou a apresentar lá. E queria um autor português. Procurei pintores e apareceu-me uma fotografia. Nada contra. Pelo meio, entre muitas outras coisas, apareceram-me mais duas imagens que guardei no computador. Não resisto a apresentar essa tríade também aqui (não são todos os meus leitores portugueses que vão espreitar o meu blog francês...). Eis pois :
Arlindo Pinto, Lady Jane, 01/03/2008.
Para continuar, uma serigrafia(70x50 cm), A Modelo, de um italiano radicado no Brasil, Enrico Bianco (nascido em 1918) :
E, para acabar, um quadro extremamente conhecido de Modigliani (1884-1920), Nu reclinado, 1917, o/t, 60,6x92,7 cm :
Decididamente suspendi o artigo. Estou "encalhado". Aproveito para retomar os posts (e as coisas do meu filho, que, desde a Amália, ficou irremediavelmente ligado ao fado...). Sem mais :
Há muito tempo que não ponho pintura aqui. Lembrei-me disso hoje porque, no blog francês, dentro da ideia de divulgar lá a pintura portuguesa, fiz mais um post sobre um dos pintores mais "parisienses". Com efeito, Eduardo Luiz (1932-1988) viveu 30 anos em Paris. Foi para lá exilado, como tantos outros, e por lá ficou.
Não éramos amigos íntimos. Conheciamo-nos por fazermos parte do mesmo grupo político. Mas ele era um solitário, mesmo em termos de pintura. Há quem o situe na "nova figuração". Seja como for, o seu percurso foi muito pessoal. O melhor é apresentar um quadro dele :
"A grande lousa", 1966, o/t, 97x130 cm.
Depois de uma semana de "jejum" bloguista eis-me de volta só para uma curta passagem. O artigo que motiva esta ausência, como tive ocasião de explicar, está muito longe de estar pronto e nâo me atrevo a fazer previsões sobre quanto tempo demorarei ainda até tê-lo pronto. À medida que escrevo vão sempre surgindo novas ideias e o desfecho é uma incógnita.
Mas estou cansado de estar tão centrado num único tema, por muito que ele se diversifique. Abandonei os blogs, abandonei os comentários, a única coisa que mantenho -- nem poderia ser de outra forma -- é a consulta diária do mail.
E com este fechamento estou sem assunto para o blog. A actualidade é a crise. E sobre ela não tenho nada a dizer que não tenha sido já dito. Quanto ao meu filho soma e segue (mais dois primeiros prémios em Orense). E na minha vida não há nada de novo.
Ou melhor : houve uma coisa, de que até se justifica falar aqui..Encontrei pessoalmente, face a face, uma pessoa, estrangeira, com quem, até aqui, os contactos eram os dos comentários aos respectivos blogs e alguns emails. Ela (é uma mulher) veio cá, encontrámo-nos para conversar, convidei-a para jantar e levei-a ao hotel (fora de Lisboa). E o que merece menção, porque me espantou, é que me é mais fácil -- pelo menos neste caso, e convirá não extrapolar indevidamente -- "falar" pela Net do que de viva voz.
E pronto. Já quebrei o jejum, já comentei também alguns posts alheios, fico-me por aqui. Talvez ainda acrescente um vídeo. Vou pensar.
Até breve.
Há mais de uma semana que não escrevo nada aqui. (No meu último posts limitei-me a pôr um vídeo.) O mesmo se passou com o meu blog françês. O motivo é simples : estou a escrever um artigo para uma revista científica sobre um tema que comecei a tratar aqui, mas que era demasiado rebarbativo para um blog. Refiro-me à "cultura combinatória".
Basicamente há uma questão de tempo. Mas trata-se principalmente de uma questão de concentraçao. Inovar conceptualmente é dificilmente compatível com dispersões da atenção. E a opção é óbvia : sacrifico a actividade bloguista :posts, comentários, respostas, etc..
De modo que venho pedir desculpa a quem estava habituado à minha presença na blogosfera. Pode acontecer que de vez em quando dê um salto aqui, mas nem isso prometo.
Quando tornar a estar disponível reaparecerei.
Até breve
José-Carlos
By Craig Armstrog
Continuo a inspirar-me descaradamento no "esquema" de MDOSOL. Só que não atinjo a perfeição da mestre. Por exemplo, queria pôr uma legenda ao lado do quadro e não consigo. De modo que centrei-o (lá isso sei fazer...) e agora escrevo por baixo. Então a autora é Isabelle Bonnet e o título é Automn doré 1. É de 2005 ( 54X46 cm., acrílico s/ tela),
Antes ficou o conhecidíssimo Outono das Quatro Estações de Vivaldi, numa interpretação que nem é muito boa, mas que tem o picante de ser legendada em português com um texto de Nietzsche. Daí o chamarem-lhe Outono de Nietzsche.
E, para acabar, Eugénio de Andrade com O Espírito do Outono :
Terei de falar do espírito do outono
agora que setembro
chegou ao fim. (Espírito
é palavra suspeita : não há
hipócrita que não se abrigue
à sua sombra.) Será
a embriaguês ? O vento matinal
arrastando folhas
raparigas canções ?
O sopro frio das estrelas ?
Será a beleza,
o espírito do outono ? Há um limite
para o homem, um limite
para suportar o peso do mundo.
Da beleza, da bárbara
orgulhosa beleza, quem sabe defender-se
sem medo do coração lhe rebentar ?
Desde os dois últimos posts tenho andado às voltas, primeiro só com o anarco-sindicalismo e, depois, alargando para outros anarquimos.
Calcule-se que até encontrei um "anarco-budismo"!...E inscrevi-me para receber notícias de um grupo libertário espanhol.
Mas as minhas ideias ainda não estão suficientemente claras para já as verter para aqui. De modo que, por enquanto, registo só isto, deixo em rascunho, vou progurar mais dados e, se for caso disso, então publicarei um post.
Encontrei imenso material. Tanto que não dá para reproduzir aqui. Limito-me a alguns apontamentos.
-- Há um longo artigo, que achei muito esclarecedor, publicado a 9 de Maio de 2008, em português, na Actualité de l'Anarcho-syndicalisme, de Pier Francesco Zarcone, intitulado "O Anarquimo na História de Portugal".
(Cheguei lá pelo Google.)
-- O jornal A Batalha chegou a ser o terceiro diário nacional. Fechado em Maio de 1927, por efeito da legislação salazarista, continuou a publicar-se clandestinamente e sobreviveu até 1950. Reapareceu em 1974.
-- A C.G.T. foi criada em Setembro de 1919 (o seu primeiro Secretário-Geral foi o anarquista Manuel Joaquim de Sousa) e, tornada ilegal pelo Estado Novo, passou à clandestinidade. Foi palco dos confrontos entre libertários e bolchevistas.
-- Há um nome a registar em tudo o que tem a ver com a actividade libertária em Portuga, quer nos seus primórdios, quer depois do 25 de Abril : Emídio Santana.
-- A Aliança Libertária e Anarco-Sindicalista (ALAS) nasce em 1976. È refundada em Almada, em 1985, mantendo a sigla mas passando a chamar-se Aliança Libertária e Anarquista-Sindicalista (assim se consagrava o desaparecimento do anarco-sindicalismo...).
-- Nos anos 50 houve uma tentativa de manter vivo o pensamento libertário, através da criação do Ateneu Cooperativo. Foi encerrado pela PIDE.
~~ Em 1978 é criado o Centro de Estudos Libertários.
Poderia contnuar a alinhavar notas soltas relativas a esta temática (por exemplo, sobre a Legião Vermelha, que ainda me lembro de ouvir referida nas conversas do meu Pai...). Poderia mencionar a repressão brutal que se abateu sobre estas correntes durante o sidonismo (Dezembro de 1917 a Dezembro de 1918, data do assassinato de Sidónio Pais).
Mas acho preferível remeter o leitor para as fontes (nomeadamente para o artigo que referi mais acima).
E deixo-vos com dois grafismos (um dos quais eu nem conhecia -- ignorância imperdoável... ) :
Por causa das referências ao meu Pai no meu post de ontem, resolvi ir ver o que havia na Net sobre anarco-sindicalismo. E então não é que ainda se publica em Portugal um Boletim Anarco-Sindicalista (último nº : Julho deste ano), orgão da Secção Portuguesa da Associação Internacional dos Trabalhadores (vulgo Primeira Internacional) ? Fundada por Marx, como se sabe (felizmente ainda não havia leninismo...).
Pesquisei mais. A Associação já só existe num número reduzido de paises. Mas mantém um Secretariado Internacional. Estive a ler alguna textos básicos. E deu para entender o meu pendor libertário.
Parêntesis : para quem não viu o meu post {53} aqui fica o meu political compass (e o link se o quiserem fazer) :
Pois é : o meu Pai nunca me endoutrinou. Mas, a partir duma certa idade, deixava-me assistir às conversas não-conspirativas que tinha com alguns amigos. Muito provavelmente não entendia muito do que era dito. Mas certamente vivi isso como uma demonstração de proximidade e de confiança do meu Pai.
Para mim, muito novo, a minha Mãe era a cultura (o francês, o piano, a leitura...) e as maneiras. Mas a política (e o ateísmo) eram o meu Pai.
Vá-se lá saber o que teria sido de outro modo...
Um dia destes, quando me der pr'aí, contacto a Secção Portuguesa da AIT e vejo em que param as modas por essas bandas...
Ao navegar, um tanto ao acaso, na Net, daparasse-me este desenho. Achei imensa piada, porque na família se brincava com o facto de eu ter nascido no dia da única revolta popular armada do regime salarazista. Decretada pela CGT (tornada ilegal pela recente legislação sindical) a greve geral, esta só teve expressão nalguns locais do país. Mas na Marinha Grande houve um levantamento armado dos operários vidreiros e durante hores a vila esteve nas mãos dos insurectos.
Para o meu Pai deve ter sido um dia duplamente memorável. Depois de duas filhas, nasce-lhe o único filho varão (pelo qual, segundo contam. ele tanto ansiava) e dá-se um acontecimento daquela envergadura.
(Para quem quiser ter uma ideia breve do que foi a revolta da Marinha Grande. têm aqui mesmo à mão a Wikipédia.)
Talvez seja melhor acrescentar que o meu Pai foi na juventude um militante anarco-sindicalista (até escreveu n'"A Batalha"...) e esteve envolvido nas querelas entre anarquistas, comunistas, socialistas e autónomos pelo controlo da CGT.
Bastante mais tarde (já eu era um jovem) veio a ser preso pela PIDE (ainda mais tarde, seria a minha vez...).
Mas foi com ele que fiz a minha aprendizagem anti-fascista, ao ouvir as conversas dele com o nosso vizinho do lado, aos Domingos, na casa de campo, sobre o desenrolar da guerra. E a ele devo o nunca ter sido católico.
Chega de falar de mim. Vamos à imagem :
(ELIMINADO)
Refiro-me a Nelson Dias (1940-1993) e a Maria João Franco ( nascida em Leiria em 1945). O casal trabalhou em estreita colaboração e é assim que, após a morte de Nelson Dias, a sua mulher continua a obra, muito centrada nas pesquisas sobre o corpo. È geralmente considerado que os dois artistas não tiveram ainda o reconhecimento que merecem. Dos dois trabalhos que aqui reproduzo, o primeiro é de Nelson Dias :
E, agora, um de Maria João Franco :
A noitada de há dois dias terminou numa "directa". E, pelo que vejo, hoje vou reincidir. São 8,15 h. da manhã, ainda não me deitei, e a minha disposição, neste momento, é para continuar de pé. (diz-se de pé ou a pé ? já nem sei...-- deve ser o resultado de andar a escrever em duas línguas..). Já tinha considerado uma vitória conseguir pôr o sono em ordem, i. e. nem ter insónias, nem dormir horas de mais, nem levantar-me muito tarde -- em que fase estarei a entrar agora ? Se conseguir chegar a um horário "normal", mas curto, dou-me por muito satisfeito ! É mais tempo que fica para tudo o que me dê na gana fazer.
Hoje (ontem) bati o meu recorde anterior da páginas vistas num só dia no blog francês : 123 . Mas o contador de visitas por países mostra-me que continuo a ter mais visitas portuguesas do que francesas ( há outros países -- lá mais do que no português, o que é normal -- mas com valores relativamente pequenos ). Mas comentários de cá, nada. Que raio é que se passa ? Vão ler-me mas não me comentam. Porquê ? Não quererá ninguém dar a cara e explicar-me ? Ao menos um testemunho !...
O blog francês tem tido, quanto mais não seja, uma utilidade : tenho aumentado a minha cultura sobre autores portugueses. Como faço questâo de serem portugueses os artistas plásticos, os poetas e os músicos que apresento lá, tenho andado às voltas com a Wikipédia, com o Google, com o YouTube e não sei mais quantos sítios para encontrar as referências correctas dos ditos autores. Até já fui desencantar e comprar livros de propósito. E estou contente com isso. Dou por bem empregue o meu tempo e o meu trabalho ! Não só divulgo mas também aprendo.
E por aqui me fico agora. Quite a acrescentar algo mais tarde ou a escrever outro post, se for caso disso.
Mais uma noitada. O dia foi estúpido, vingo-me na noite. Dou a mim próprio a autorização de não ter horas para me deitar e continuar a pé (modo de dizer : sentado ao computador) enquanto me der na real gana...
O grosso do dia também foi passado no computador, mas aí por "obrigação". Relativa -- podia ter mandado tudo às urtigas ! Mas estava em jogo uma questão de brio envolvendo o meu blog francês e, além disso, tornei a entrar numa das minhas "querelas" com o "bicho" : ou vencia ele ou vencia eu. (Acabei por vencer eu..., mas custou-me quase uma tarde.)
Devo acrescentar que as nossas relações estão muito mais calmas. Por um lado, porque começo a conhecê-lo melhor e já há muitas situações que resolvo sozinho, sem dificuldades de maior. Digamos que aprendi a dar-lhe a(s) volta(s). Por outro lado -- e é o mais importante -- porque perdi as preocupações, que a certa altura aqui descrevi, de estar dependente, "adicto", do computador. Continuo a usá-lo muito, mas faço-o de uma forma que já não sinto como obcessiva, compulsiva.
Utilizo-o, por vezes (poucas) por necessidade prática, mas a maior parte do tempo pelo prazer que retiro do meu funcionamento na blogosfera. As mais das vezes é com gosto que escrevo, que comento e sou comentado, que me ocupo da comunidade de que sou "administrador", que navego à procura de uma ínfima parte da infinidade de oportunidades que a Internet oferece, etc. etc..E tenho vindo a reconhecer que, neste momento, como "intelectual" (segundo me disseram, os mais novos usam este termo depreciativamente, enquanto que na minha geração era motivo de consideração) aposentado, o computador contribui positivamente para me manter mentalmente activo e interveniente.
Quanto à "dependência" de que a certa altura me queixei, tendo a vê-la agora como aquilo que Alberoni designa pelo termo enamoramento. Que pode ser violento quando surge, que pode conduzir a exageros, mas que está condenado a evoluir para formas mais "normais" de relacionamento. E, para mais, neste caso nem sequer se tratava do envolvimento entre duas pessoas (embora, por vezes, eu me referisse ao "bicho" quase como se de uma pessoa se tratasse, sobretudo quando vivia as situações como se se tratasse de lutas pelo poder...). E devo confessar que essa dimensão, ou faceta, de poder se mantém. Por exemplo, esta tarde, a certa altura o que estava em causa já nem era a possibilidade, que estava assegurada, de eu publicar um post, era saber se a minha inteligência era capaz ou não de vencer as "manias" do computador que persistia em não corresponder ao que eu o mandava fazer...
Do que já não me safo é das consequências de algumas das coisas que escrevi a propósito das minhas férias no Norte. Não disse nada que não sentisse, mas isso não me desculpa da má educaçao que foi tê-lo feito num sítio público como é um blog (dois, se contarmos com o francês -- que, inclusivamente, como agora verifico com os novos contadores de visitas por países, é mais lido por portugueses do que por franceses, embora não escrevam comentários...). Ora eu era tratado como um membro da família. E foi muito pouco polido da minha parte ter escrito o que escrevi. Ainda por cima foi estúpido (porque eu sabia que as outras pessoas também vão ver blogs...) e nem sequer os agradecimentos que exprimi sobre certos aspectos chegam para compensar o tom e o teor desagradáveis de algumas das coisa que escrevi. Só espero ainda ter a possibilidade de uma explicaçâo franca com a mais importante das outras pessoas envolvidas. Compreenda-se que não entre agora em mais pormenores. Não vá eu ainda piorar as coisas.
E pronto. (Com um pouco de T.V. pelo meio) já é de manhã. E já é a altura de ir, de novo, abrir o mail, não vá entretanto ter chegado algum comentário matutino.
Até breve.
Tive tanto trabalho para "meter" as duas imagens que se seguem no blog francês que não resisto (se conseguir...) a reproduzi-las aqui. Ambos os desenhos são de Almada Negreiros, mas enquanto que o que se lhe refere é de 1930, o relativo a Fernando Pessoa foi feito no dia da morte deste, a 30 de Novembro de 1935. Aqui vão :
Já aqui disse uma outra vez (pelo menos...) que sou um pai babado. É por isso que não resisto a transcrever a crítica de J.R.L. (Jorge Leitão Ramos), no "Actual" do último Expresso, à saída em DVD da última longa-metragem do meu filho :
"Há quem ache que os milagres não existem até que se depara com um. Este filme é a coisa mais parecida com um milagre que passou pelo cinema português desde há muito tempo. Rodado num prazo curtíssimo, quase sem dinheiro, graças à cumplicidade de um punhado de amigos -- alguns deles vedetas internacionais -- The Lovebirds aparece como um meteoro muito brilhante a riscar o céu da cidade e a agarrar-nos pela sua energia fílmica e pelo calor dos seus sentimentos. Várias histórias, umas mais brandas, outras de uma violência ígnea, entrecruzam-se, numa constelação de personagens e de relações com qualquer coisa de mágico. Bruno de Almeida preside ao milagre como um oficiante iluminado.(...)."
Para que conste...
Sem comentários :
Andava à procura de Fernando Pessoa em francês, para o blog "de lá". Não encontrei. E aparecia-me tudo em brasileiro. De modo que, quando apanhei este em português, não o quis deixar escapar (enquanto continuo a procurar...).
Para evitar confusões e/ou a necessidade de constantes precisões sobre se estou a falar do blog português ou do blog francês vou alterar a grafia da numeração. Até aqui confiava na relativa diferença de quantidade dos posts para que não houvesse grande confusão, mesmo sem indicação explícita da nacionalidade, entre os posts dos dois blogs. Mas hoje atingi o 100 no português e o 50 no francês e, ao escrever um post lá, em que tinha que saltar das indicações de um dos blogs para as do outro, senti que tinha que eliminar as confusões.
Assim altero a grafia de um dos dois blogs. Como no francês comecei a numerá-lo logo desde o 1º, mantenho lá o sinal [...] . No português, em que comecei mais tarde, passo para {...}.
E pronto (agora vou para "lá"...).
P.S.-- Esta modificação tem efeitos retroactivos nas referências a fazer.
Isto é pueril... Mas dé-me gozo ! Vou no post nº 100 ! (no blog francês vou no [49] ). São 18,00 de terça 2 de Setembro de 2008.
Aproveito (já que abri um post...) para uma observação : da mesma forma que, cá, os posts "à balda" suscitam mais comentários do que os outros, também, em França, com os "en vrac..." sucede a mesma coisa. O que mostra que a maneira como comecei os blogs era bastante errada. Resta-me aceitar a lição e tornar a minha prosa cada vez mais solta.
Um agradecimento para quem me leu e, sobretudo, para aqueles que quiseram brindar-me com os seus comentários.
Até sempre !
A Wolkengedanken está com dificuldades de tempo para me mandar um e-mail que falta, mas entretanto já escreveu um post, de resposta ao meu anterior, no blog dela (repito : quem quiser tem o respectivo link na margem esquerda deste). De modo que resolvi começar já a responder (salvaguardando as hipóteses de alterar ou acrescentar quando me parecer apropriado).
Começo pelo fim (até porque está em maiúsculas...). Acho que cais na esparrela cartesiana/ocidental de pensar em termos de ou/ou. Ora a sabedoria leva-nos a pensar em termos de e/e. Nem calculas a quantidade de falsos dllemas que se resolvem dessa forma ! E é tão simples ! Há tempos para... e tempos para...
Quanto à filosofia versus religião, se afinal para ti tanto faz então não há mais nada a dizer (mas mantenho o que escrevi...). Registo que aceitas o "religare".
A "atenção", o concentrar-se no presente : com certeza. Desde que...; mas tu sabes !
A meditação : como dizes, "a fantástica dignidade em aceitar com carinho a própria forma de ser, de pensar e de sentir..." -- é isso, e tudo o que acrescentas a esse respeito está certo ! Dizes que náo pretendes que já consegues, que não é fácil, etc.. Tudo bem ! Como dizes : "Mas vejo o caminho ! " , É o que importa !
Quanto ao resto : já te respondi com a alternativa ou/ou, e/e.
Vou já publicar isto, assim mesmo (e continuo à espera do e-mail...)
:))
Aviso à navegação : quem quiser seguir este "folhetim" terá que saltar entre este blog e o francês -- ver post [48] (mas como já veritiquei, pelo contador por países, que no meu blog francês tenho mais visitas de portugueses que de franceses, isso não deve constituir dificuldade de maior). E quem quiser seguir mesmo, terá também que ir ao blog de Wolkengedanken, o que será fácil recorrendo ao respectivo link na lista de links de blogs deste mesmo.
Indo à matéria.
Pelos vistos, o que começou por ser um percalço ( não conseguir escrever um comentário sem o apagar e, daí, escrever um post) tornou-se um modo. Pois que assim seja. O que começou como uma conversa a dois torna-se uma troca de impressões pública. Tudo bem !
Começando pelo livro : é esse mesmo. Até a capa tem o mesmo aspecto gráfico !
Quanto ao outro : trata-se de uma tradução do tibetano, mas a versão que eu tenho foi traduzida do americano. O título completo é : The Tibetan Book of the Dead ; the Great Liberation through Hearing in the Bardo.
Mas acho que o mais importante é mesmo aquele que tu tens.
Voltando ao tema filosofia versus religião, remeto-te de novo para o Lama Denys (post [21] do bl. fr.). No que me toca, foi fundamental a afirmação . "Não há credo, nem há dogma, nem há Deus". Ou seja , nada a ver com as três religiões do livro (ou reveladas). Mas tenho em conta a origem etimológica do termo : religare (que eu prefiro usar com traço de união : re-ligar). Neste momento, em que nem sequer nos conhecemos, o que é que me liga a ti : é o budismo (haverá outros aspectos de entendimento, comunicação de inconsciente a inconsciente, sei lá...). Mas o budismo é a nossa re-ligião/ligação.
O que é para mim : foi um encontro comigo mesmo. Foi o resultado, ou o termo, de uma "busca" que resultou de uma "crise" (tem que ser entre aspas, porque todos os termos são maus...). Quando "encontrei" o budismo (detesto os ismos, prefiro chamar-me búdico...) senti que toda a vida tinha sido búdico sem o saber ! E foi muito naturalmente que dei os passos seguintes (que creio que já te referi).
_________________________________________________________
Vou voltar ao teu post, para ver se deixei escapar alguma coisa, Até já...
________________________________________________________
O intervalo foi maior do que o que pensava. Entretanto meteu-se ver o teu novo post e comentá-lo. E depois foi o jantar e um pouco de telejornal. E mais isto e aquilo... Com a diferença horária entre a Áustria e Portugal, se calhar já não lês isto hoje. O que me chateia porque fico em pulgas para ver a tua reacção...
Creio que me facilitou considerar-me búdico o nunca ter sido católico. O que náo é muito usual num país de tradição e predominância católicas. Mas foi uma das minhas heranças paternas (a outra foi a política, onde, com as devidas adaptações dos tempos, guardo as tradições paternas -- ambos fomos presos, etc.,etc.). De resto -- é engraçado -- a minha total ausência de sentimento religioso facilita-me as relações com os católicos , mais até do que com os ex-católicos, porque não tenho nenhum passado de que tenha que me libertar.
Voltando à tua questão básica : se me perguntares se o budismo é sobretudo uma religião ou uma filosofia, a minha resposta é : é sobretudo uma filosofia de vida, uma sabedoria (termo de que gosto muito).
E com isto creio ter respondido a todas as tuas questões. Rezo ao Senhor (valha-me Deus...) para que ainda leias isto hoie !
:)))))))))))))))))))) Zé-Carlos
Mais um "à balda...".Ao que parece, os meus "amigos" (e amigos...) gostam quando escrevo sem propósito definido. Ao sabor do que me vem à cabeça. Pois então aí vai...
Aliás, hoje, estou a fazer trapaça. Porque estou com um propósito. O meu contador de visitas está em 1999 e eu estou à espera que chegue aos 2000 para comemorar. Daqui a nada ponho o post em rascunho para poder ir lá espreitar.
De resto, isto é pueril da minha parte. Até porque este número nem sequer é "verdadeiro", uma vez que não instalei o contador logo que comecei o blog e, portanto, o número real de visitas é maior. (ontem tentei descobrir a data -- fui ao "site" do contador, fui aos meus posts antigos, fui à agenda -- nada, nenhuma referência). Por causa dessas e doutras já puz à mão de semear um caderninho onde vou agrupar todas as referências aos blogues e ao computador, que andam para aí dispersas (endereços, nicknames, senhas. nºs de contas, eu sei lá...). Já comecei a reunir os elementos a registar Só não sei quando passarei isso a limpo (é preciso pachorra e não estou com muita -- sobretudo porque estou à espera de uma resposta que tarda a chegar---).
Vou espreitar. Será agora ?
___________________________________________
Ainda não foi desta ! Tarda a haver uma alma caridosa que resolva vir visitar-me....
Entretanto tenho um outro brinquedo (recentemente -- mas desta vez tomei nota da data...) : é um contador por países . E, embora o tenha só desde o dia 25, já deu para ter algumas surpresas. Um dia destes falo disso.
Fiz o mesmo com o blog francês. Porque apesar de eles serem impecáveis com os dados que fornecem sem qualquer iniciativa minha especial, esse elemento não consta da lista.
De vez em quando tenho navegado um tanto ao acaso. As potencialidades da Net são tantas que nem vale a pena tentar esgotá-las. E tenho-me inscrito em algumas coisas. Provavelmente nunca usarei a maior parte delas. Mas sempre dá para ir tendo algumas surpresas agradáveis.
Decididamente nâo chego aos 2000. Também a hora não é propícia. De modo que vou parar e fazer outras coisas. Até daqui a bocado-
_____________________________________________________
Mais um descuido e mais um pedaço de texto que foi ao ar !
Vou tentar semi- reconstituir, mas agora já não tem piada porque já perdeu a espontaneidade toda ! Era mais ou menos assim:
Hurra! São 12h,04 de Sexta 29 de Agosto de 2008 e tive 2001 visitas !
(Já agora : o blog francês, criado em 25/06/2008, teve até aqui 582 visitas e o nº total de páginas vistas foi de 2528 ).
Não dá ! Não faz sentido reconstituir... Falava dos blogs (blog ou blogue ? que se dane), das expectativas, das amizades que se vão criando, da puerilidade (bem-vinda ! ) daquilo que escrevo, do uso imoderado dos pontos de exclamação, das reticências, das aspas, dos parêntesis curvos e rectos, enfim , dos sinais gráficos que se usam para tornar mais viva uma prosa não presencial nem sequer telefónica..., sei lá já de que é que falava...
Sei que referia a grande diferença, de que me fui dando conta, entre escrever para um blog ou para uma revista ""científica".
Não dá, não ! O apaganço fez perder toda a piada !
Fica por aqui (talvez retome mais tarde). Por agora fecho.
Já tive chatices por causa dos meus comentários desbocados ! Devia ter imaginado que isso iria acontecer e não ter sido tão aberto naquilo que escrevi. Foi a maldita confusão entre o que se deve guardar para o segredo de um diário pessoal e o que se publica, ficando aos olhos de todas as pessoas. Mas estava tão cheio -- e sem ninguém para desabafar -- que me abri em demasiado no blog. Agora é aguentar. As consequências ainda não sei quais serão. Mas não se afiguram muito animadoras.
Vale-me o sentir-me muito bem de volta a casa, ao meu desejado isolamento selectivo, aos meus hábitos e às minhas liberdades. Tenho os apoios práticos de que necessito e não tenho que dar contas a ninguém. Fumo o que me apetece, como se, e quando, me apetece (é fácil aturar a empregada regular, com os seus : "O Sr. Dr. devia comer melhor...", porque não lhe dou azo para grandes comentários), deito-me e levanto-me quando quero (o sono, felizmente, tem estado óptimo...), enfim, estou nas minhas sete quintas...
Mas volto a um dos meus temas das férias : estou, de facto, dependente do computador. Passo bem sem a televisão (durante as férias a empregada, com as suas preocupações de limpezas, estragou-me a complicação das emaranhadas ligações T.V.+vídeo/DVD+"box"MEO+ amplificador+ colunas+leitor de CDs+etc.etc.) e nem sequer me preocupei muito em pôr as coisas em ordem (ela é que não se safou sem um raspanete). Mas sem o computador passo de facto mal. Nesse aspecto foi providencial a intervenção, que já referi, da jovem que, nas férias, me arranjou maneira de aceder à Internet sem ligação ao telefone ou a proximidade do "router" (aqui lhe fica, mais uma vez, o meu reconhecido agradecimento ! ). Quanto a ler, cela va de soi.
E pronto ! Aqui fica mais um post. Não é transdisciplinar, não é Dharma, não é pintura, nem música, nem nem nem...Mas sou (também) eu. Para o que der e vier...
Volto de "férias" e volto ao Dharma. Desta vez para citar Chögyam Trungpa, um dos grandes mestres budistas no Ocidente. E, desta vez, em honra da minha amiga Wolkengedanken, que tanto gosta dele que usa uma frase sua em exergo do seu blog.
De facto, para um verdadeiro adepto do tantra, a compreensão da viva energia do cosmos em termos de estruturas, formas e cores não é uma questão de imaginação ou de alucinação. É real. Assemelha-se a uma pessoa que escuta uma música de tal forma emocionante que adquire quase um carácter plástico. O som torna-se quase um objecto sólido, uma cor ou uma forma. Quando nos tornamos capazes de ver as energias do universo tal como elas são, formas cores e estruturas apresentam-se por si próprias, e a simbolização aflora. Tal é o sentido do mahamudra, que significa «grande símbolo». O inteiro universo é símbolo, não no sentido de um sinal que representa outra coisa que aquilo que ele é, mas porque as qualidades dos fenómenos tais como eles são se manifestam aí da maneira mais viva.
E agora um outro excerto de que gosto muito:
Se a relação de uma pessoa com o espaço está correctamente desenvolvida, correctamente percebida, não existe a menor hesitação. Trata-se de se tornar uno com as emoções.
(Chögyan TRUNGPA - Le Mythe de la liberté et la Voie de la méditation. Paris, Seuil «Points Sagesses», 1979)
De volta de "férias". Que alegria !
Nascido em Lisboa em 1953, aqui vive e trabalha.
. Blogs
. MDOSOL
. Sofia
. Soflor
. MATS1948
. Quase...
. Mig, P,
. BLOG FR:
. Bettips
. Cristal
. LNT
. S P
. Outros
. Bruno
. YouTube
. Radio
. MyPlay
. Deezer
. {188} George e Ira Gershw...
. {187} Miles Davis & John ...
. {180} Billie Holiday - "S...
. {172} Continuando Gershwi...
. {171} Dos irmãos Gershwin...
. {166} Novamente "À balda"...
. {165} Edgar Morin e a com...
. {161} Eugénio de Andrade ...
. {159}A propósito da morte...
. {153} Relembrando "Casabl...
. {147} Caetano canta Amáli...